sábado, 26 de fevereiro de 2011

Titia não tem direito a... nada
FLIPERAMA

Yes!... Yes!
My dream come true!

O GLStoque alcança a incrível marca de 100 POSTS! Com rostinho de 21 e corpinho de 16. Sinto-me imensamente realizado com esse projeto, com o estilo dos textos, com a recepção dos leitores e com a liberdade de escrever. Novidades virão, melhorias virão, novos amigos virão... enfim, mais cem posts virão. Obrigado à todos!

E para comemorar esse feito, hoje...

(Latin Lover MODE ON)

Yo te contaré, una historia
De como un puertorriqueño me robó el corazón
Nunca más he vuelto a amar de esa manera
Quizás, jamás lo haré

Es la historia del primer amor
Era buen mozo
Con grandes y profundos ojos marrones
Un bailarín
Juntos, nos perdimos en el ritmo del amor
Así es como comenzó


...na verdade é a história do último dia do fliperama que salvou minha vida.

Uma vez, meu primo veio passar férias na minha casa e junto, descobrimos um fliperama nova, na rua de baixo, com KOF99 em uma máquina nova, onde a ficha era 10 centavos. Isso mesmo, DEZ centavos. A gente não podia acreditar que aquilo era verdade, sem contar que ninguém dava bola para aquela máquina, então nós viramos os reis do pedaço. Ainda mais porque ninguém sabia fazer a manha de jogar com Iori e Kyo, coisa que para nós era um simples detalhe.

Daí, quando eu fiz 11 ou 12 anos minha mãe me obrigou a fazer catecismo. Foi lá, me matriculou e mandou ir de bicicleta, duas vezes por semana. Não aguentei nem o primeiro dia, os menino eram bem mais novos e muito bobos. Então, pensei: se eu já resisti por onze anos, porque não resistir para sempre?

Assim sendo, em vez de ir ao catecismo, eu pegava a bicicleta mais R$ 0,50 e ficava no fliperama na esquina de casa a tarde inteira, até dar a hora de voltar para casa. Fiz isso durante o ano inteiro. Minha mãe descobriu, brigou e eu continuei indo ao fliperama do mesmo jeito, várias vezes.

Esse lugar era maravilhoso. Algumas vezes, a gente abria o lugar, fechava para almoçar, voltava e ficava jogando até fechar, sem gastar nem cinco reais. Um Luxo!


Então, num belo dia.

Meu irmão, SOLOPLAYER, estava indo para o centro da cidade e me chamou para irmos no fliperama enquanto não dava a hora do ônibus, pois o lugar era em frente ao ponto. Eu disse que estava com preguiça, que não queria, e tudo mais. Ele insistiu e fomos do mesmo jeito.

Chegamos e a máquina grande de KOF99 estava vazia. Colocamos quatro fichas para tirar um contra. Então, na hora de jogar a segunda ficha... segunda ficha... puta que pariu! na segunda véi... segunda...

...a polícia gritou: Mão na Cabeça! Todo mundo para fora!

Como bons jogadores que somos, continuamos a jogar normalmente como se aquilo não fosse nada. Daí o cara cutucou a gente com um escopeta. ÉÉÉ! Uma E-S-C-O-P-E-T-A! De verdade, shotgun original. E nos mandou sair.

Do lado de fora, tomando batida da polícia com os vizinhos assistindo tudo. Ficamos lá por meia hora, putos porque ainda restaram duas fichas na máquina que foram perdidas.

Resumo da história: enquanto jogávamos nossa última ficha de KOF99, um cara entrou no fliperama e escondeu uma arma embaixo da máquina daquele SF Especial de Boteco e a polícia foi lá resolver. Com isso, levaram o dono do fliperama e um colega nosso para dar depoimento. E o cara que escondeu o revólver ameaçou o dono lugar de morte, por isso o lugar foi fechado.

Foda que o bandido morreu e o cara não reabriu o negócio.

Conclusão: Street Fighter Especial de Boteco é Uóh!

Titia não tem direito nem de fugir do catecismo.

11 comentários:

  1. História de arcade sinistra, hein! Tem um conhecido que quase foi atacado pelo "pivete tetanoso", que terá sua história revelada em algum momento em que ele queira, enfim escrever sobre isso. A história é coisa de louco mesmo. Qualquer dia ele conta...

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  2. Aquelas fichas foram perdidas para sempre... Nem dá para acreditar que cê teve coragem de contar isso... Nem dá para acreditar que a ficha um dia era 10 centavos... Nem dá para acreditar que aquele foi o ÚLTIMA dia daquele fliperama...

    Mas vem a parte interessante, se a gente não estive lá, até hoje não teríamos certeza do porque do lugar ter fechado...

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  3. Gabriel, que historia em rapaz e até dificil de acreditar em uma maluquice dessas. De ser deus falando para você para de jogar KOF99 e ir jogar Capitão Comando.

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  4. Adorei a história titia!!
    É, hoje em dia se eu quiser jogar fliperama tenho que ir no shopping e gastar uns 3 reais por ficha... ¬¬
    E clássicos de Arkade nem pensar...

    Esses dias fui a um restaurante que costumo ir, e encontrei guardado lá no fundo duas máquinas de fliperama! Uma de Neo Geo com The KOF! Mas não me lembro qual era... :/

    Meu irmão que gritou "Diooogo! Corre aqui!".
    Quase que infartei quando vi aquilo! Vou tentar fazer negócio com o dono do restaurante... Imagina ter um fliperama em casa, que luxo!

    Arrasou no post de comemoração!

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  5. @Robson Vieira
    Fliperamas são lugares folclóricos cheios de histórias para contar. Acho que todo gamer deve ter uma história com eles.

    @SOLOPLAYER
    Estava guardando o momento certo para contar isso... foi uma das coisas mais doidas que já me aconteceram... trágica, mas interessante.

    Acho que eu nunca iria me recuperar se o lugar tivesse fechado sem uma explicação muito convincente e olha que custei para aceitar o fechamento. Sei lá, acho que passei várias vezes na porta na esperança de estar aberto.

    Pára! Eu treinava no MAME para jogar lá depois. O lugar era um Luxo! A máquina era gigante, daquele bonitona. Não podia guardar isso pra sempre.

    @Diogo Farias
    O melhor é que eu não queria ir mesmo. E eu sempre queria ir... sempre! Mas foi bom que nós vimos a história verdadeira.

    @Diogo Farias
    Há lugares que a ficha é R$ 5,00! Um Abuso! E além de pagar esse preço, eles não tem máquinas com MAME e todos sos games e nunca aparece ninguém interessante para jogar contra. Uóh!

    Esse é um dos meus sonhos infantis de gamer. Um fliperama em casa. Não sei nem como seria, acho que eu morreria em êxtase.

    Que bom que gostou!
    Mais história virão!

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  6. Poxa, eu ainda lembro quando as "fichas" eram dez centavos, e depois passaram a dois créditos a 25 centavos.

    Eu também tenho uma história de amor e ódio com fliperamas. Tinha uma loja de fliperamas bem do lado da loja de meu pai! Eu gostava das máquinas, dos jogos (lógico), mas a turminha que ficava lá... Era da pesada. E como eu era o mais novo, tomava chulapa direto! Meu pai também detestava o fliper por causa disso...

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  7. @Thiago Zolini
    Quando eu era criança achava estranho as pesoas pagarem para jogar apenas uma partida e preferia jogar nas máquinas de tempo, mas quando fiz uns 9 anos virei rato de fliperama. E não sei porque nunca aconteceu nada mais grave e olha que os lugares eram bem guetos. Além de que a gente ganhava dos caras maus. Acho que era sorte.

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  8. Essa é uma daquelas histórias que só a titia do GLstoque conta para vocês, rs...

    Muito boa essa, que situação inusitada. E vem cá, o policial não tava com um baita crucifixo pendurado não? Vai ver era um sinal divino de "volta pro catecismo, moleque!" :)

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  9. @Orakio "O Gagá" Rob
    Devia ter sim, viu? Porque desde então eu não tenho direito a nada mesmo. Só me ferrei. Continuo pobre e fudido... quem sabe se tivesse voltado ao catecismo "deus" não me "abençoasse".

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  10. Hoje a mulecada nem imagina que os fliperamas existiam em lugares com pessoas armadas e tudo o mais xD

    Gostei da conclusão ^^

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  11. @AZUREUS
    O pessoal não tem noção de quanto proibido era um fliperama... era o típico lugar que você só pode "vai quando for mais velho", onde só tem malandro e tudo mais. Ir jogar fliperama era sempre uma aventura.
    ...
    Detestava ir em um boteco ver o fliperama e chagar lá e encontrar aquele Street Fighter Uóh!

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