Gimmick! (Nes)

Eu não vim aqui, pra entender...

Eu vou, eu vou, eu vou, eu vou curtir o batidão...

Eu voooooouuuu, atrás do trio elétrico ooouuuuuu...

Eu sei que vou te amar... por toda minha vida eu vou...

Pára! Mona!

Deixa de sêloka!

O negócio já cumeçô!

Ah o povo aê!

Burra!

Ih... gente óh!

Me deixa, que hoje eu só quero que o dia termine bem...

Tá. Parei.

Com você não vou arriscar, nem comprometer... #sóquenão

Durante minhas andaças por sites especializados em games antigos, me deparei com um joguinho simpático, com um nome simpático que parecia muito simpático e me simpatizei, sabe?

Me encantei com o seu jeito suave de ser e não sosseguei enquanto não comecei a jogar o negócio. Não há como resistir a uma bolinha verde que lança estrelas se parace com o Kirby que acabou de engolir um Bubble Bobble. Não dá.

Então, de posse da rom e do meu poderoso Dingoo (desculpa.), passei algumas semanas debulhando essa pérola em dosses homeopáticas, divididas entre esperas de ônibus, idas de ônibus e voltas de ônibus. #ônibusévida

Antes de iniciar o jogo, assisti a uma apresentação muito bem feita que tenta contar a história do game de forma simpática. Confesso que não entendi muita coisa. #souburra? Me parece que uma menina ganhou a bolinha verde chamada Gimmick em um caixa e de repente, não sei porque a bola foi parar no mundo do jogo com a menina e... peraê que vou assistir mais uma vez.

Segura a bolsa!

(se quiser assistir também, tá aí óh!)

...

..

.

.

.

Ah tá.

Entendi.

A menina ganhou Gimmick de presente e foi com ele para cama. Os outros bichos ficaram com inveja e subiram na cama dela a noite enquanto Gimmick dormia em cima da cômoda. Magicamente, os outros brinquedos teletransportaram (adoro esse poder!) a menina para algum lugar. Então, a cômoda abriu um passagem para esse tal lugar ao se comover com os olhos de gatinho do Shrek de Gimmick. E o jogo começa.

Típica apresentação de game de Nes pelas quais eu sempre fico babando e assisitindo milhões de vezes.

Adorei toda a subjetividade dessa sequência de imagens. E amei ainda mais, toda sua preocupação em explicar a história.

Arrasô!

Gimmick! é um daqueles jogos matadores que saem no fim da vidas dos consoles para mostrar o que realmente eles são capazes de fazer, sabe? Tecnicamente falando, tudo por aqui é de primeira qualidade. Basta olhar as imagens para sentir a vivacidade desse mundo fantástico transformado em 8-Bits.

Extremamente coloridos!

Milimetricamente bem feitos!

Os gráficos são maravilhosos!

E de muito, mais muito bom gosto!

Há muito tempo (mentira, desde Willow) que não me impressiono assim por gráficos do Nintendinho. Parece que esse jogo deveria ter saído para Snes e não faria feio, nem se fosse lançado do jeito que está. E não são só as cores que tornam Gimmick! uma maravilha visual. Há muito mais.

Os inimigos são muito bem animados com movimentos complexos, diversos e suaves. A maioria deles com mais de 2 movimentos de ataques. Sem falar no tamanho e na quantidade deles na tela. Um show de imagem!

Os chefes são um espetáculo, dignos do carnaval da Bahia no trio da Daniela Mercury! Os bichos são enormes e possuem uma infinidade de formas de atacar com vários movimentos e praticamente N-E-N-H-U-M-A falha. Sabe do que estou falando?

Quem jogou Nes na vida, principalmente Megaman, sabe que muito jogos sofrem cortes nas animações, alguns frames desaparecem durante a partida e essas coisas. Contudo, podemos ficar tranquilos porque isso quase não aparece por aqui. Se não me engano, apenas o último chefe falha um poquinho de nada.

E ainda não falei sobre o mais inacreditável, os efeitos especiais.

Se você acha que é preciso um hardware poderoso para criar efeitos visuais interessantes, Gimmick! te fará pensar sobre assunto.

É uma constante durante o jogo, se deparar com efeitos de rotação, de tranparência, de movimento e de luz. Ou pelo menos, truques muito bem aplicados que imitam esses efeitos. O que torna o trabalho feito por aqui ainda mais primoroso, levando em consideração minha opinião de que a essência dos games retrôs é a capacidade de transformar limitações em charme.

Ainda falando sobre tudo de bom que Gimmick! pode oferecer, posso lhes dizer que ele faz muito bem aos ouvidos.

A trilha sonora é contagiante e muito bem ambientada. Mas o que você quer dizer com isso Titia? Simples colega, quando você estiver jogando em uma fase de praia, a música fará você sentir o cheiro da maresia. Não que seja aquela maresia desse jogo aqui, mas ainda assim, é uma maresia bem maresia. Pode apostar.

Os efeitos sonoros são simples, mas de bom gosto. Nunca irritam. O que é um fator muito importante num cenário 8-Bits.

O ritmo de jogo também é excelente para um game de ação/plataforma. A trilha deixa tudo mais frenético e eletrizante. Os movimentos devem ser rápidos e precisos, caso contrário o jogo se encarrega de te colocar para fora.

Basicamente, você deve percorrer pelas fases matando inimigos e ao final matar um chefão. E consequentemente pular para a próxima fase.

Em cada uma dessas fases, há um item secreto a ser encontrado. Ao coletar esse item específico e passar a fase, o bichinho que indicar que a fase foi concluída aparecerá com um bandeira cor-de-rosa, caso contrário a bandeira a aperece em branco. Lembrando que não é possível voltar a fase já passada para passá-la de novo. Não sei se foi burrice minha, até porque há um continue na tela incial do jogo, mas não descobri como fazer isso.

Enfim, ao pegar todos os itens, uma nova fase é liberada e você tem a possibilidade de assistir ao final real do game. Se não o fizer, você jogará uma fase a menos e verá apenas um Bad Ending. Em compensação, o chefe do badending é um dos inimigos mais legais que já vi em um game de Nes. A propósito, é esse "maguinho cor-de-rosa" que está em uma dessas fotos do post. Portanto, sofrendo ou não para fazer o melhor final você saíra satisfeito.

Assim não pense que o sofrimento será pequeno, pois alguns desses itens estão escondidos em lugares de muito difícil acesso desde o primeiro deles. Pois tudo que esse jogo tem de bom ele tem de difícil. E não de um jeito legal.

Eu sei que você achou que seria um completo mar de rosas e que a Titia iria te fazer vomitar um arco-íris de Manoel Carlos, mas não rolou gata. Gimmick! é um game de dificuldade frustrante com um jogabilidade complicada. E isso é Uóh!

Em primeiro lugar, a bolinha lança sua estrelinha para baixo, ela quica. Ou seja, ele não acerta ninguém de maneira convencional.

Segundo, o jogo disponibiliza um qunatidade muito pequena de vidas e poucos continues. Como não descobri uma forma de salva meu progresso, posso dizer que me ferrei. Talvez você descubra como usar o continue e seja feliz. Ou talvez, fique feia como eu fiquei.

#todasfeia

Fora que a movimentação do Gimmick! é deslizante como patinar no gelo e isso irrita muito quando é preciso fazer pulos calculados e essas coisas.

Completando, os check points são muito longos as vezes e é preciso voltar DIVERSAS vezes ao mesmo ponto para MUITAS das vezes avançar apenas uma tela.

#fazendoalinharose

Claro que Gimmick! é uma escolha obrigatória e merece ser jogado do início ao fim, longe de mim dizer isso. Mas é óbvio que alguns pequenos ajuste o teriam feito um fenômeno, talvez tão querido quanto Kirby. Apenas por uma questão de acessibilidade.

De qualquer forma, tenho certeza que você não deixará de experimentar um game com tantas qualidade e um mapa mundi tão bonito como esse, não é verdade?

Força na peruca!

Não tenha medo!

Produtora: Sunsoft

Gênero: Ação

Ano: 1992

Console: Nes

NOTA: B+

Simpatia, comédia e vacilação... Ô simpático, pará de formar caô! Pra curar o desamor e a tristeza afastar.. você que nunca jogou... se liga, tem que jogar!